Tarifaço pode causar prejuízo de R$ 180 milhões à indústria do cacau, avalia setor
O tarifaço pode causar um prejuízo ao setor do cacau de R$ 180 milhões, diz a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).
Segundo principal destino do cacau e seus derivados, os EUA compra 18% das exportações brasileiras. Em 2024, as exportações de derivados de cacau para os EUA somaram US$ 72,7 milhões (R$ 363 milhões). Somente no primeiro semestre de 2025, os embarques já alcançaram US$ 64,8 milhões (R$ 325 milhões), mais de 25% do total exportado no período.
Em nota, a AIPC afirma que com a taxação de 50% as exportações de cacau para os EUA se tornam “economicamente inviáveis”.
“Mais do que prejuízo comercial, a medida ameaça o funcionamento da indústria nacional de processamento de cacau. Isso porque a estrutura produtiva do setor depende da moagem das amêndoas, cujo subproduto principal é a manteiga de cacau — derivado fortemente demandado pelo mercado americano, que concentra praticamente 100% das exportações brasileiras desse item. Sem a possibilidade de escoamento, as empresas ficam impossibilitadas de manter a produção em pleno funcionamento, o que amplia significativamente a ociosidade industrial e compromete empregos e investimentos nas regiões produtoras, especialmente na Bahia, no Pará e em São Paulo”, diz trecho da nota.
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A nota da AIPC ainda pede um esforço diplomático por parte das autoridades do Brasil para que o cacau seja incluído na lista de exceções do tarifaço. Além disso, a Associação solicita medidas emergenciais que vão deste prorrogação para pagamentos e linhas crédito específicas para o setor.
“É fundamental evitar o fechamento de plantas industriais e a perda de milhares de empregos diretos e indiretos em regiões que dependem fortemente da cacauicultura para seu sustento. A cacauicultura brasileira é responsável por cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos’, alerta o comunicado da AIPC.